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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Um pouco mais sobre trabalho a bordo

Vocês devem se questionar se trabalhos a bordo para companhias de cruzeiros são algo novo, visto que a divulgação para esse tipo de emprego tornou-se mais crescente apenas nesses últimos anos. Funções desse tipo já existem há muito tempo, mas, desde que o governo federal publicou uma resolução em 2007, exigindo que todos os navios que permanecessem por 90 dias na costa brasileira tivessem 25% da tripulação brasileira, aumentou bastante o fluxo brasileiros a trabalho em navios de cruzeiro.

Atualmente, a exigência é de que os navios tenham 25% de brasileiros caso permaneçam em terras brasileiras por 30 dias. Devido a isso, aumentou a oferta - e consequentemente a divulgação - de vagas para trabalhar a bordo. O trabalho a bordo pode se tornar uma carreira, ou pode ser encarado como um intercâmbio. Depende do objetivo de cada um.

As pessoas são atraídas, a princípio, pela oportunidade de:

  • Ganhar uma remuneração razoável, mas que contrasta com os salários em terra;
  • Fazer carreira;
  • Praticar o inglês e outros idiomas (por exemplo, creio que meu navio passará pela espanha e países da américa do sul, portanto, praticarei o espanhol, também);
  • Aprender novos idiomas (a Costa Crociere, por exemplo, dá aulas de italiano, visto que a companhia é italiana);
  • Conhecer vários países e continentes;
  • Vivenciar um novo 'life style';
  • Juntar dinheiro, já que quem trabalha a bordo não tem gastos com moradia, nem alimentação (e tem muitas festinhas com bebidas liberadas);
  • Fugir de casa e de problemas;
  • Posar de 'moderninho' e 'descolado' (bom, tem gente pra tudo);
  • Conhecer o grande amor da sua vida;
  • Divertir-se;
  • Superar desafios e limitações físicas;
  • Ganhar maturidade;
  • Ganhar uma vasta bagagem cultural e conhecer de perto a história vários países;
  • Qualificar-se profissionalmente;


INTERCÂMBIO X TRABALHO A BORDO

Muitas pessoas estão trocando o tradicional intercâmbio, que exige taxas altas antes de viajar e não isenta os candidatos de custos, tais como moradia e alimentação, pelo trabalho a bordo. Pois no final das contas, os intercambistas voltam com uma mão na frente e outra atrás, já que o dinheiro que ganham vão para pagar contas e as taxas das agências de viagens que deixaram pendentes. E as funções nos intercâmbios tradicionais são praticamente as mesmas que em alto mar.

Além disso, quem trabalha a bordo tem a oportunidade de mergulhar no inglês com pessoas de diferentes sotaques e níveis sociais, além de praticar e aprender outros idiomas. E a diversidade cultural é imensa. Enfim, é uma verdadeira imersão em idiomas e culturas. A palavra imersão (fonte wikipédia), que vem do latim immersione, significa; s.f., ato ou efeito de imergir; mergulho. Semânticamente, a palavra é bem conveniente com o contexto em questão, e sintetiza o que de fato é a experiênca a bordo: uma imersão em todos os sentidos.

Ser um tripulante ainda apresenta vantagens no quesito 'independência' e 'maturidade'. Muitas empresas que buscam profissionais para viajar pela empresa, ou para morar por um tempo determinado no exterior, considerariam mais escolher alguém que trabalhou 8 meses a bordo, 7 dias por semana e por 12 horas por dia (será uma superação para mim trabalhar tanto, é fato) do que um intercambista que não trabalhou tanto, se comparado a um tripulante, e focou-se mais em fazer amigos e turismo.

Agora, as desvantagens do trabalho a bordo em relação a um intercâmbio: é muito mais confortável morar num apartamento do que numa cabine, com toda a certeza; o trabalho de um intercambista é bem mais leve, o que permite conhecer melhor as cidades e curtir a noite; e o perfil socioeconômico das pessoas que fazem um intercâmbio é mais homogêneo - geralmente são de classe média, têm um nível intermediário/avançado de inglês e são universitários mais ou menos da mesma faixa etária. Já num navio, você pode encontrar, exercendo a mesma função, desde um pós-graduado que mora na zona sul carioca, até mesmo uma pessoa com apenas o ensino fundamental, moradora da baixada. É bem democrático. A faixa etária pode variar de 19 a 40 anos, e a convivência se dá com tripulantes de mais de 23 nacionalidades diferentes. Dessa forma, quem trabalha a bordo deve ser bem equilibrado para poder respeitar, aprender e conviver com essas diferenças culturais.

TRABALHO A BORDO X MOCHILÃO

As rotas dos navios de cruzeiros são fantásticas, e além disso os tripulantes podem fazer excursões; dormir em cabines limpinhas de navios de alto luxo, vistoriadas semanalmente pela vigilância sanitária; não desembolsam nada e ainda ganham salário em euro.

Já os mochileiros, pelo contrário, perdem dinheiro desembolsando uma boa grana da poupança e dormem em albergues onde podem contrair pulgas, micoses e até doenças mais sérias (diferente dos brasileiros, alguns estrangeiros não têm o habito de tomar banho diariamente e não têm boa higiene). Fora o risco de roubo - assaltos em albergues não são uma particularidade de nosso país.

As vantagens dos mochileiros é que eles estão lá a lazer, tem todo o tempo do mundo para conhecer os lugares que quiser, e fazem o seu próprio roteiro. Muitas vezes, o trabalho a bordo é tão frenético que a pessoa não tem tempo ou fica cansada demais para curtir os países pelos quais passa. Mas o navio passa algumas vezes pelo mesmo trajeto, e uma hora ou outra, dá pra conhecer, sim, um pouco daquela cidade que você tanto sonhava em conhecer.

VOU OU NÃO VOU?

Algumas pessoas receosas sobre trabalhar a bordo se questionam se deveriam 'embarcar nessa', pois vão ficar muito tempo fora do mercado de trabalho. E, realmente, além do processo seletivo para trabalhar a bordo - que acontece antes mesmo de embarcar -, que exige disponibilidade para fazer os cursos que se extendem de manhã até à noite, trabalha-se muito tempo em alto mar (de 6 a 9 meses). Cabe a cada pessoa criar um planejamento de sua vida profissional, e apontar o que ela poderia ganhar de positivo trabalhando dessa forma.

Muitos questionam se vão aguentar a pressão psicológica e o ritmo de trabalho, mas tudo é questão de ter coragem de se arriscar. Para aqueles que não adquiriram ainda a sua independência financeira; não trabalham em um emprego estável; trabalham de forma autônoma, de forma que conseguem ter o seu emprego garantido quando voltarem; querem estudar para concurso; ou ainda aqueles que têm um negócio próprio e podem deixar outra pessoa trabalhando em seu lugar, por quê não tentar? Mesmo porque não é tão fácil passar no processo seletivo desse, e acontecem fatos na nossa vida, tal como um compromisso mais sério; um bom emprego; algum familiar doente ou filhos para cuidar; doença; ou outros impedimentos que podem fazer com que você nunca mais tenha a chance de trabalhar com um emprego assim.

Para quem quer trabalhar no futuro em áreas tais como turismo, hotelaria ou com idiomas, é uma boa oportunidade. Para aqueles que querem ter idiomas como diferenciais no currículo ou atuam em alguma atividade cultural, também. Muitas multinacionais valorizam o profissional que morou ou trabalhou fora, e a experiência a bordo contaria como um diferencial. Abaixo seguem algumas matérias sobre as oportunidades que podem surgir no segmento hoteleiro através do trabalho a bordo, e um pouco do cenário desse tipo de trabalho no Brasil atualmente.

Forçadas por lei, agências caçam jovens para trabalhar em cruzeiros -
http://www.portalms.com.br/noticias/Forcadas-por-lei-agencias-cacam-jovens-para-trabalhar-em-cruzeiros-/Brasil/Cidadania/18297.html

Cruzeiro é opção para embarcar em bons salarios - http://www2.uol.com.br/aprendiz/guiadeempregos/primeiro/info/artigos_111102.htm. Só uma observação: ninguém merece o trocadilho das chamadas dessas matérias rs. É interessante clicar nos links abaixo, principalmente o "solidão e jornada longa são desafios da carreira", pois muita gente que pleteia para essas vagas não tem ideia da carga emocional que o trabalho a bordo implica.

Do mar para a terra: a dura jornada de trabalho nos cruzeiros aproveitada em hotéis de todo o país: http://www.revistaquemindica.com.br/03/materiasespeciais.php?secao=1. No mesmo site - QUEM INDICA hospitalidade - tem também outra matéria referente ao segmento hoteleiro: http://www.revistaquemindica.com.br/03/materiasespeciais.php?secao=2

Exames Médicos

O próximo passo depois do STCW são os exames médicos. São exigidos exames de diversos tipos a fim de mensurar se os aprovados estão aptos fisicamente e saudáveis para trabalhar a bordo, pois o trabalho é pesado, e evitar o embarque e quem tenha alguma doença contagiosa. Em caso de anemia e batimentos cardíacos irregulares, por exemplo, é necessário que se repitam os exames até a pessoa se mostrar saudável ao cargo pleiteado. Também há as vacinas, para prevenção de doenças. Os que não têm passaporte ou precisam tirar visto (no caso de quem for trabalhar em uma companhia americana, omo a Royal Caribbean, ou em navios que transitem em países que necessitam de visto) podem tirar neste momeno.

É bom que, assim como nos cursos anteriores, a pessoa tenha tempo disponível, seja autônoma ou trabalhe em algum emprego com horários flexíveis, pois essa fase também leva um certo tempo.

E não, não tenho foto aqui tomando vacina nem vídeo fazendo o incômodo exame de Orofaringe. Não sou tão 'sem noção' assim. Eu acho.

domingo, 21 de junho de 2009

STCW

Segundo a Marinha do Brasil, todos que vão trabalhar em navios devem ter um certificado de STCW (Seafarer's Training, Certification and Watchkeeping). Para isso, devem fazer um curso cujo objetivo é a formação de profissionais não tripulantes (pessoal de hotelaria, turismo e outros profissionais) para embarque em navios de passageiros. O curso vai de 9 às 18h, de segunda a sexta. Ele consta de parte prática e teórica.
Eu fiz o STCW no curso recomendado pela Infinity, chamado Rio Ship. Deve-se tomar cuidado, pois há cursos falsos oferecidos, ou seja: se você porta um diploma de um curso não reconhecido pela marinha, todo seu esforço será em vão e você não poderá embarcar. O curso da Rio Ship é caro: o valor é de aproximadamente R$ 700,00, mas metade do valor pode ser pago apenas ao pegar o diploma. As instalações das salas de aula são boas, e são oferecidos dois coffee brakes por dia no curso, que é ministrado no prédio da Casa do Estudante (foto abaixo), próximo à cinelândia. Quem ministrou as aulas foi o Professor Ney Marino (foto abaixo).
A parte teórica abrange prova escrita, portanto os estudantes devem se ater às aulas. Algumas das matérias: primeiros socorros; equipamentos de salvamento; como agir em situações de emergência; prevenção à poluição; combate à incêndio; e desenvolvimento de um bom relacionamento interpessoal no trabalho.

A parte prática resume-se em pular duma piscina de três metros e participar de uma simulação de incêndio. Ambas as provas práticas acontecem no mesmo dia, mas em locais diferentes. O transporte é oferecido pela Rio Ship. Na verdade, é a parte prática do curso que encarece o custo total.

A prova que acontece dentro da piscina consiste principalmente em pular de um trampolim de 3 metros de altura numa piscina com 6 metros de profundidade vestindo o colete salva vidas. É necessário que se pule exatamente da forma que foi ensinado. E quem não sabe nadar? Não precisa pular, mas fica assistindo e prestando atenção. Além do salto, você deve aprender a ficar no mar junto com o restante do grupo em caso de naufrágio, e aprender a entrar na balsa inflável em alto mar (no caso, na piscina).

Na simulação de incêndio, você apaga fogo com uma mangueira enorme (mangueira a qual, para ser suspensa, precisa do auxílio de várias pessoas) e com extintores de CO2 e pó químico.
Obs: Roberta mandando ver com o extintor rs só toma cuidado pra não queimar o braço. A Roberta a essa hora já está embarcada no MSC Música. Boa sorte!

Extras: aluno usando o TPA (Thermal Protective Aids), que protege da hipotermia; Caricatura do Ney Marino (igual) feito pela "cobaia" do TPA; e vista da janela da sala de aula.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Informações para os "Navegantes de blog de primeira viagem"

O Blog está, sim, mal diagramado. Não se pode exigir muito de um serviço gratuito, e o Blogger não oferece ferramentas de editoração. E HTML... sei o básico do básico.

Sobre as fotos que publico, caso queiram vê-las com mais detalhes, basta clicar em cima que a foto aparecerá no tamanho original, em outra janela.

E no momento em que tiver em alto mar, farei o possível para garantir a leiturabilidade do blog, dispondo as fotos da melhor maneira possível, de acordo com o tempo que tiver disponível para isso. Tempo o qual, já adianto, será curtíssimo.

Não fique a ver navios

Bem, fiz esse blog em abril. Pois bem, estava eu olhando as fotos de uma outra turma que foi depois para Santos, pelo orkut da Tilly, e olha que foto pertinente que achei: na foto, tem um outdoor cujo título é quase o mesmo do meu blog. Haja sintonia. Ah se eu jogasse na Mega Sena....

Curso Costa em Santos: Continuação II

Mas voltando ao curso, eu estudava as apostilas todos os dias. E as provas não eram fáceis, não, quem estudou pouco, sentiu dificuldade. Quase teve reprovação. Mas no final, deu tudo certo, e todos passaram. Como diria Iuriê, "nunca imaginei que iria estudar tanto para carregar bandeja", auahaua. Sim, porque teve um outro curso, semana seguinte: O STCW!

Diferente do curso da Costa, direcionado apenas aos aprovados pela companhia de mesmo nome (duh!), o STCW é uma certificação exigida pela Marinha do Brasil desde maio de 2009 para se trabalhar em todas as companhias de cruzeiro. Alguns falam que trata-se apenas de burocracia, já que muitos países não exigem o certificado, mesmo porque há drills (treinamentos de emergência com quase o mesmo conteúdo) a bordo. Mas enfim, sem o STCW, você não embarca.















Na primeira foto, estavamos bebendo (na hora do café rs), depois de termos a notícia da aprovação de todos. Na foto seguinte, foi a comemoração anterior, na sala de aula.

Curso Costa em Santos: Continuação

Quando não estávamos em aula, estávamos estudando. Tivemos pouca oportunidade de conhecer a cidade, fazer turismo, e até mesmo explorar o hotel e a praia que ficava de frente pro mesmo. Eu dormia horrores rs e tinha levado trabalho pra Santos, um livro pra revisar. Aí, já viu.

Nem tenho tantas fotos minhas curtindo a cidade :(. Mas consegui dar uma volta na praia, conhecer alguns botecos, dar um passeio pelos quarteirões à noite, conhecer os shoppings (muito caros por sinal) e fazer bagunça no quarto dos outros. Ah, e quase todos os dias almoçávamos num restaurante de comida caseira. A comida era boa, bem servida e baratinha. Enfim, deu para sentir o estilo de vida dos santistas. E olha, me desculpem os santistas, mas pelo menos no bairro em que eu fiquei... muita gente feia. Na verdade, o que mais pesou no bolso com esse curso foram as passagens de ida e volta.

Da esquerda para direita: "Restaurante da Tia"; Museu do Surfe; "Parquinho"; bagunça no quarto; em frente à fonte perto do hotel; meninos na Praia de Santos; e diferentes ângulos da praia de santos.

Curso da Costa Crociere em Santos

Os pleiteadores às vagas da companhia tiveram que ficar em Santos, SP, de domingo à sabado para fazer o curso. Pleiteadores porque, embora aprovados, têm que passar por esse curso da companhia, que é eliminatório. Eu e o grupo com quem vim do Rio, que conheci pelo curso da 4crew (Anna, Leo e Marcelo), chegamos antes do check-in, mas não tivemos problemas para entrar no hotel. Para mim foi até bom porque pude descansar da viagem. O hotel foi o Atlântico Hotel, na Av. Presidente Wilson, bairro Gonzaga. A foto abaixo foi tirada no momento em que chegamos no hotel, depois de uma cansativa viagem de 6hrs no ônibus.
O primeiro dia foi só uma uma reunião no auditório do hotel, mesmo. No auditório, foi dito sobre sobre a companhia e o curso que iria começar a partir de segunda feira. Então na segunda fomos apresentados aos nossos uniformes, que usaríamos durante toda a semana, tomamos o café da manhã do hotel e fomos ao curso. Abaixo, fotos da fachada do hotel e do hotel em vários ângulos:



















O curso foi dado na universidade Unisantos, que não era perto do hotel, então tínhamos que pegar condução. O ritmo das aulas era frenético, 9 horas por dia. Foi bastante conteúdo para ser estudado e absorvido em uma semana. Durante o curso, era oferecido de alimentação, além do café no hotel, dois coffee breaks beeeeem servidos. As pessos nem precisavam almoçar . A faculdade oferecia boas instalações, e o inglês do professor Renato era fácil de entender. No curso, que, como já foi dito, foi pesado, tivemos que fazer provas em três dias.